É muito triste ver o Palmeiras se tornar o braço esportivo oficial de um governante, seja ele quem for. Tanto pior por se tratar de um governo com tantos aspectos questionáveis quanto esse, numa realidade tão polarizada como a atual.
Ainda que o presidente Jair Bolsonaro fosse unanimidade nacional, o que apenas governos ditatoriais e totalitários poderiam ousar se declarar, sua presença institucional junto ao clube já seria ostentatória e desnecessária - mesmo sem qualquer juízo ideológico.
Foi aleatória na entrega do troféu do Campeonato Brasileiro de 2018, embora muitos digam ter sido protocolar - e quanto a ele levantar o troféu?
Mas é ainda mais absurda num jogo qualquer, como contra o Vasco, no sábado, 27 de julho, pelo Campeonato Brasileiro.
Não há qualquer justificativa, que não bajulação, à presença do presidente da República, uniformizado, no gramado, no intervalo da partida.
Mas é ainda mais absurda num jogo qualquer, como contra o Vasco, no sábado, 27 de julho, pelo Campeonato Brasileiro.
Não há qualquer justificativa, que não bajulação, à presença do presidente da República, uniformizado, no gramado, no intervalo da partida.
A atual diretoria executiva, bem como sua patrocinadora, apossam-se assim de um clube que não lhes pertence para manifestar apoio muito além do pessoal a um governante. Que, repito: seria ruim com qualquer governante ou político.
Quando faz o que fez, o presidente do Palmeiras Mauricio Galiotte oferece a camisa e os símbolos do clube a Bolsonaro sem a anuência de seus torcedores e associados.
Em nome de quem Galiotte oferece uma camisa que não é sua ao presidente? Em nome de quem o leva ao gramado de jogo?
Pois se houve apoio a ele no estádio, houve também claro e inequívoco desagravo.
Em nome de quem Galiotte oferece uma camisa que não é sua ao presidente? Em nome de quem o leva ao gramado de jogo?
Pois se houve apoio a ele no estádio, houve também claro e inequívoco desagravo.
A imagem e a História do Palmeiras, que são essencialmente o seu patrimônio, tornam-se assim associadas a uma figura política. Que, por natureza, representa apenas uma parcela da sociedade, ainda que deva governar para todos.
Muitos falam que o Palmeiras se torna um clube fascista ao se associar a Bolsonaro. Isso implicaria dizer que Bolsonaro é fascista. Honestamente, não sei se cabe dizer isso ao pé da letra. Já se sabe do que o fascismo foi capaz.
E, na verdade, isso importa menos.
Porque já não há mais como se negar que, institucionalmente, sob comando dessa diretoria, o clube, a Sociedade Esportiva Palmeiras, fundada em 1914, é Bolsonarista. E o que isso vai significar um dia, o futuro ainda está por dizer. Mas já não se apaga, ainda que passe.
Para minha profunda desilusão e tristeza.
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