quinta-feira, 20 de julho de 2017

Jailsão da Massa: In Cuca, I Trust


Não sei até quando vai essa minha confiança cega no treineiro do Palestra. Tenho opiniões muito divergentes das dele. Mas, depois que ele me contraria, e não apenas porque tenho certeza de que vou torcer por quaisquer jogadores que estiverem em campo, em qualquer esquema, abaixo a cabeça e acredito: Cuca sabe o que tá fazendo.

Nessa quarta (19), ele fez o que eu jamais faria, ao sacar Prasse colocar Jailson como titular. O resultado não foi apenas o pênalti defendido pelo goleiro. Jailson, que completa 36 anos hoje, jogou muito. A defesa que ele fez ao voar nos pés de Diego, na primeira etapa, foi monumental. Praticamente um bloqueio de vôlei. Com os pés, Jailson também é mais seguro. Foi ele o principal responsável pelo bom resultado (2-2) que o Alviverde trouxe da Ilha do Governador.

Meu principal argumento para nem mesmo pensar em sacar Prass era a capacidade do camisa 1 em defender penais. Com dois mata-matas com cheirinho de pênaltis pela frente, a comprovada habilidade dele nas cobranças era o alicerce do meu argumento. Que Jailson chutou pra longe, com uma defesa tecnicamente perfeita: leu a movimentação de Diego, esperou a batida, explodiu na hora certa. E, para fechar com chave de ouro, ainda a dedicou aos colegas do banco de reservas. Entre eles, Fernando Prass.


É difícil reconhecer o ocaso de um ídolo. Por anos, briguei de verdade com qualquer um que ousasse questionar a posição intocável de Marcos no gol do Palmeiras – meu pai que o diga. Mesmo quando ele não se curava das lesões e mal jogava. Mesmo quando jogava mal, nas poucas vezes em que reunia condições físicas de atuar, no fim da carreira.

No que diz respeito a Prass, quanto dessa dificuldade minha em aceitar que ele pode perder a titularidade tem a ver com o sentimento de gratidão, não sei dizer. Mas tem, certamente. Também não dá para cravar que Prass perdeu o lugar, embora tudo leve a crer que sim.

No grupo de amigos palmeirenses que fiz no jornalismo – sim, somos muitos, e gente que a maioria dos leitores nem imagina – eu já era voz isolada pela manutenção de Prass. Mas, agora, vou ficar quieto.

Como bem me disse um deles, do jeito que Cuca valoriza o fator sorte, deve estar com a sensação de ter encontrado seu amuleto. E, in Cuca, I trust. 

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