Não sei até quando vai essa minha confiança cega no treineiro
do Palestra. Tenho opiniões muito divergentes das dele. Mas, depois que ele me
contraria, e não apenas porque tenho certeza de que vou torcer por quaisquer
jogadores que estiverem em campo, em qualquer esquema, abaixo a cabeça e
acredito: Cuca sabe o que tá fazendo.
Nessa quarta (19), ele fez o que eu jamais faria, ao sacar Prasse colocar Jailson como titular. O resultado não foi apenas o pênalti defendido pelo
goleiro. Jailson, que completa 36 anos hoje, jogou muito. A defesa que ele fez ao voar nos pés de Diego, na
primeira etapa, foi monumental. Praticamente um bloqueio de vôlei. Com os pés,
Jailson também é mais seguro. Foi ele o principal responsável pelo bom
resultado (2-2) que o Alviverde trouxe da Ilha do Governador.
Meu principal argumento para nem mesmo pensar em sacar Prass
era a capacidade do camisa 1 em defender penais. Com dois mata-matas com
cheirinho de pênaltis pela frente, a comprovada habilidade dele nas cobranças
era o alicerce do meu argumento. Que Jailson chutou pra longe, com uma defesa tecnicamente
perfeita: leu a movimentação de Diego, esperou a batida, explodiu na hora
certa. E, para fechar com chave de ouro, ainda a dedicou aos colegas do banco
de reservas. Entre eles, Fernando Prass.
É difícil reconhecer o ocaso de um ídolo. Por anos, briguei
de verdade com qualquer um que ousasse questionar a posição intocável de Marcos
no gol do Palmeiras – meu pai que o diga. Mesmo quando ele não se curava das
lesões e mal jogava. Mesmo quando jogava mal, nas poucas vezes em que reunia
condições físicas de atuar, no fim da carreira.
No que diz respeito a Prass, quanto dessa dificuldade minha
em aceitar que ele pode perder a titularidade tem a ver com o sentimento de
gratidão, não sei dizer. Mas tem, certamente. Também não dá para cravar que
Prass perdeu o lugar, embora tudo leve a crer que sim.
No grupo de amigos palmeirenses que fiz no jornalismo – sim,
somos muitos, e gente que a maioria dos leitores nem imagina – eu já era voz
isolada pela manutenção de Prass. Mas, agora, vou ficar quieto.
Como bem me disse um deles, do jeito que Cuca valoriza o
fator sorte, deve estar com a sensação de ter encontrado seu amuleto. E, in
Cuca, I trust.
Nenhum comentário:
Postar um comentário