quarta-feira, 12 de julho de 2017

Dérbi: um jogo que vale o futuro

Não há como se avaliar de outra forma: o resultado do Dérbi de hoje (12) define o que será do 2017 alviverde.

Palmeiras X Corinthians é sempre é uma final, mesmo quando não vale troféu. Mas o significado decisivo deste, nesta quarta-feira (12), suplanta a tradição história do confronto.

A questão não é matemática. Uma derrota estraga qualquer planejamento racional de Cuca. O baque emocional de perder em casa neste jogo, podem acreditar, vai gerar ao menos uma mini-crise na Academia de Futebol. Que vai contaminar o ânimo do time nas outras duas competições da temporada. O Palmeiras não pode sonhar em perder.

Em 26 de julho, neste texto, fiz as contas. Havia quatro rodadas até o Dérbi. O Palestra enfrentaria Atlético-GO (c), Ponte (f), Grêmio (c) e Cruzeiro (f). O Corinthians, Bahia (c), Grêmio (f), Botafogo (c) e Ponte (c). Entendia que o Palmeiras faria os 12 pontos e que o Corinthians somaria só nove. Desse modo, os rivais chegariam ao Dérbi separados por dez pontos, podendo terminar a rodada com diferença de sete.


Aconteceu o contrário. E o fiel da balança foi o Grêmio, que perdeu em casa para o Alvinegro. A derrota verde para o Cruzeiro era até certo ponto previsível. Vencer esse jogo era um bônus para o Palmeiras. E, assim, os rivais chegam à 13ª rodada separados por 13 pontos.

A boa notícia, falando apenas em matemática, é que a conta não mudou muito. A barreira psicológica de ficar a uma distância de um dígito do líder não será superada com uma vitória hoje. Mas, com 25 rodadas por jogar (75 pontos), ainda dá tempo de encostar e disputar o título. Há um confronto direto no segundo turno. Ou seja, no que diz respeito apenas ao Palmeiras, a diferença pode cair a sete.

A má notícia é que o Palestra parece ter perdido o tesão pelo Nacional. Balança, oscilante, num pêndulo entre a grandiosidade da Libertadores e a aparente facilidade e distância mais curta de um troféu pela Copa do Brasil. Sem mencionar o "fator Corinthians", com seus assombrosos 89% de aproveitamento.

A lógica diz que o Corinthians, eventualmente, vai cair de rendimento. É difícil acreditar que o time manterá aproveitamento superior a 80% com um turno e meio por jogar. Mas o estoque de pontos que o alvinegro vai colecionando, transcorrido um terço das rodadas, é uma ótima apólice de seguro.

Se o time da Marginal Tietê conquistar apenas a metade dos pontos em jogo nos próximos dois terços da disputa, terá 63% de aproveitamento - mais do que teve o Santos, vice-campeão de 2016. Já o Palmeiras, com 52%, precisa ter aproveitamento de mais de 75% nos dois terços faltantes para chegar ao seu desempenho do ano passado, 70%, quando fez 80 pontos. Nada fácil.

Seja pela história, pela matemática, pela honra, pela possibilidade de título, o que importa é que o Palmeiras precisa vencer, acima de tudo, pelo bem de seu futuro. Se por nada mais, como se ao acaso fosse pouco, para somar mais uma vitória sobre seu grande rival e plantar ao menos uma semente de problema no Parque São Jorge. Quem melhor que o Palmeiras para tirar a invencibilidade corintiana?

A tradição mostra que o Dérbi tem por hábito levantar quem está por baixo e derrubar aquele que está por cima. Que assim seja.

Em tempo, eu iria de: Prass, Tchê Tchê, Mina, Luan e Egídio; Tiago Santos, Bruno Henrique e Guerra; Guedes, William e Dudu. A tendência é Cuca ir de Mayke na direita, Tchê Tchê no meio e Tiago no banco.

Em tempo 2: Convidado por Fabio Chiorino, falei no blog "2 Pontos", do LANCE sobre o meu Dérbi inesquecível: o da cusparada do Neto em José Aparecido de Oliveira, em 13 de junho de 1991. Foi a minha estreia no Morumbi, aos 11 anos: : 2 Pontos - LANCE


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