Não dá para pensar em ordem. Não dá para encadear um texto corrido. O jogo de ontem volta em flashes na minha cabeça. O abatimento do intervalo virou fogo no segundo tempo. Só dá para escrever em tópicos. Que vitória maravilhosa foi esse empate por 3 a 3 contra o Cruzeiro, nesta quarta (28), pela Copa do Brasil. Mas há verdades a falarmos. Vamos a elas:
1- O Palmeiras tem problemas crônicos nas duas laterais, que a chegada do Mayke também não solucionaram. Quando, para consertar um problema, Cuca tem como melhor opção tirar o Fabiano e colocar o Egídio (que foi muito bem, aliás), é porque há algo errado demais no setor. Zé é um monstro, um dos mais honrados a vestir nossa camisa nos últimos anos. Até por isso, tem que encerrar a carreira por cima, neste ano, impreterivelmente. Precisamos reforçar o setor.
2 - Relacionado ao item 1: Tchê Tchê só tem funcionado minimamente bem na lateral. Não sei o que acontece com o camisa 8, mas o local do campo em que ele menos atrapalha o Palmeiras, e até corre o risco de contribuir, é a lateral. Pode até ser a esquerda. No meio, pelo amor de Deus, não está dando.
3 - O Guerra deu a letra: Borja precisa parar de pensar em fazer gol e pensar em jogar futebol, contribuir com o time, participar do jogo, disputar bola, enfim, jogar. Não, ele não vale a grana que a Crefisa pagou. Não, ele não é nenhum craque. Mas pode ser útil, se mostrar a mesma vontade desse empate por 3 a 3 contra o Cruzeiro. Participou dos 3 gols e ainda sofreu um pênalti não marcado. Cuca, deixa de birra com o cara. Eu sempre critiquei e estive contigo nessa. Espero que estejamos errados. Borja, joga bola, meu chapa.
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Dudu: um monstro |
5 - Se gastou mais do que deveria com Borja, é verdade também que o Palmeiras economizou muito ao contratar o Guerra por "apenas" R$ 9,8 milhões. O venezuelano é a mistura do Mazinho com o Zinho: a simplicidade e elegância do volante, a eficiência e habilidade do filho do Sr. Crizam. Temos uma joia com a nossa camisa 18.
6 - Mina é o melhor zagueiro que eu vi com a camisa do Palmeiras. Comecei a assistir a jogos em 1984 e, por isso, vi Luis Pereira no seu fim de carreira, apenas. Nem Antônio Carlos, nem Clebão, nem Roque Júnior. Yerry Mina é um defensor sem igual, um cara que arma o jogo a partir da defesa, leva perigo em muitos lances de ataque, não perde bolas pelo alto, não erra passe e "ainda" defende.
7 - William é um cara muito eficiente, procurado pela bola o tempo inteiro, raçudo, brigador, um cara que gosta e não tem medo de fazer gols. Uma contratação sem alarde, sem grife, mas com um dos melhores custos-benefício desse atual elenco. Jogador utilíssimo. Que cresce quando joga ao lado do Borja.
8 - Não é só pela conquista do Brasileiro do ano passado: Cuca já é um dos maiores comandantes do Palmeiras em seus 103 anos de vida. Um cara que sabe mexer com o anímico do time como nem o Luxemburgo conseguia. Um técnico adorado pela torcida como nem Felipão foi. Um líder tão palmeirense como Olegário Tolói de Oliveira, o Dudu. E que achou a mistura certa para o Palmeiras, aliando o brilhantismo das Academias com a garra e a força dos times de 1999 e 2000.
9 - O Allianz Parque é um dos maiores acontecimentos da vida palmeirense. A torcida do Palmeiras é o seu maior patrimônio. O que aquele estádio fez a partir do começo da segunda etapa nesse jogo contra o Cruzeiro foi simplesmente maravilhoso. Deve ser a ferradura, ali, por baixo do setor norte. Não é natural um estádio tão novo ter tanta alma. Não é normal uma torcida ter uma média de púbico tão elevada por tanto tempo. Nossa casa é uma maquina de fazer história e dinheiro. Obrigado, Beluzzo, por esse contrato. Sua dívida com o Palmeiras, pelas barbeiragens de 2009/2010 está mais do que paga.
10- Ser palmeirense é difícil. A gente cai e cai. A gente sofre quando perde, quando ganha, quando empata. Mas é muito bom poder ter na vida algo tão importante, e ao mesmo tempo, tão livre de gravidade para amar e se dedicar. Não é nossa saúde, mas é o nosso termômetro de qualidade de vida. Não é nossa conta bancária, mas é a tranquilidade de sabermos ter um bem inestimavelmente valioso. Não é nosso cônjuge, mas é nosso amor incondicional, altruísta e desinteressado. Não é nosso filho, mas é nossa certeza de morrer de orgulho. Não é a nossa vida, mas..., não, pera.
Vai, Palmeiras. Minha vida é você, sim. Tô tentando enganar quem?
Parabéns, Diego, texto com a mesma temperatura do jogo de ontem.
ResponderExcluirObrigado, Nivaldo. Abraço!
ExcluirMuito boooomm!!!! É nosssa vida sim, rs. Abraços
ResponderExcluirÉ nóis, mano.
ExcluirUm único adendo ao seu último parágrafo: aqui ninguém vai, aqui nós VAMOS, somos uma sociedade, a Sociedade Esportiva Palmeiras. VAMOS PALMEIRAS!
ResponderExcluirEra um "vai", no sentido de "tá bom". Mas entendi a crítica, rs.
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