Se o que o Palmeiras fez no primeiro gol da vitória sobre o Atlético Tucumán-ARG é ultrapassado e sem imaginação, fico mais uma vez orgulhoso dos meus quase 40 anos. Eu já gosto de velharia, mesmo. Tais como discos de vinil, CDs, jornais e livros de papel e café de coador.
Que golaço. Movimentos sincronizados e perfeitos, iguaizinhos aos do gol do mesmo Mina contra o Coritiba, pelo Brasileiro de 2016. Vejam que sensacional a comparação entre os lances aqui.
"Ah, mas o Cucabol é ultrapassado."
Ganha jogo? Ganha títulos? O jogo do time é agradável de se ver? O time entende e faz o que o técnico quer? Então, qual o problema do Cucabol?
Claro, como todo esquema, o 4-2-3-1, ás vezes 4-3-3, do Palmeiras, que varia muito ao longo do jogo, tem seus problemas. Tenho, aliás, uma dúvida recorrente sempre que me deparo com críticas ao modelo de jogo proposto pelo Cuca: como se sairia o Cucabol contra times europeus? Há algum outro time jogando algo parecido com Cucabol na Europa e em outros territórios relevantes? Pesquisei e não achei.
Há uns dias, até mandei um email para amigos que estudam mais esquemas táticos e futebol europeu do que eu, inclusive para o ótimo Renato Rodrigues, do Data ESPN, que trabalhou no departamento de inteligência, digamos assim, do Corinthians do Tite, para tentar solucionar tal dúvida. Quando eles me responderem, publico aqui.
Em um lampejo sem muito aprofundamento teórico, penso que os principais problemas que o esquema poderia enfrentar diante da organização tática europeia estão na cessão de espaços para o adversário trocar passes e fazer ultrapassagens. Tal brecha seria decorrente da marcação individual, marca registrada do técnico palmeirense.
Em tese, se todo mundo está marcado, mesmo que sobre espaço, este seria improdutivo. Ou seja: se a marcação encaixar, problema resolvido. O próprio Palmeiras, contudo, joga de um modo que pode complicar um time que marca homem a homem.
Se o Mina jogasse em algum rival, por exemplo, vindo de trás, criaria problemas para a defesa do Palmeiras. Os zagueiros não costumam ser marcados individualmente desde a defesa. E, mesmo quando são, costumam ser acompanhados pelos jogadores mais avançados, que marcam pior.
Um beque inteligente e que saiba enfiar bolas e pensar o ataque, como é o Mina, poderia desestabilizar a defesa alviverde. Um Piquet ou David Luiz, por exemplo.
No Cucabol, o time se cansa bem mais, também, especialmente os meias ofensivos, como Dudu, Guedes e Guerra, que voltam muito para marcar, também devido à marcação individual do Professor Stival.
Dudu, no final do jogo desta quarta, 24 de maio, estava pregado - também porque puxou 90% dos contra-ataques da noite. E errou muitos passes, tomou decisões que não deram em nada. Mesmo assim, criticá-lo, diante do que produz de positivo normalmente, é uma leve heresia. Não por acaso, Guedes e Guerra foram substituídos.
O fato é que, mais uma vez, saí do Allianz Parque com uma sensação agradável, após a vitória por 3 a 1, sobre o bom e corajoso Tucumán. Claro, as mais de 15 finalizações deles, duas na trave de Prass e uma na rede, entre elas, são preocupantes. Mas a sensação com Cuca é sempre de alma lavada, mesmo com vitórias magras, graças à entrega do time e da criação constante de chances.
Sim, é preciso melhorar a compactação defensiva e criar um mecanismo mais eficiente de contenção de contra-ataques. Não dá para o Zé Roberto ser o último homem, o "safety"alviverde, para fazer uma analogia com futebol americano, como vimos ontem. A primeira bola na trave veio por causa disso disso. O atacante Barbona colocou a bola na frente e o Zé, nem de Metrô, chegaria no cara a tempo.
E, só para terminar com uma opinião contundente e ampliar a campanha: desse jeito, Borja não tem lugar no time titular. Ele não se acerta num esquema em que precisa sair da área. Não é a dele. O problema é que nem como mero finalizador, que é a dele, ele vem dando certo. E, pra piorar sua sorte, Willian marca sempre que entra.
Ou Borja aprende e muda, ou vale ligar pros chineses que estavam no hotel ao mesmo tempo que o Alexandre Mattos na Colômbia, quando houve a contratação, e dar uma sondada...
Pode ligar pra China. Diz que "tudo bem, o cara é bom mesmo. Aprovado no teste. Pode levar, né..."
ResponderExcluirIsso: "Olha, testamos, é ótimo. Querem?"
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