O futebol moderno tem vários preceitos lindos na teoria. Um deles reza que o técnico precisa ter tempo para trabalhar e implantar suas ideias. E é verdade. Mas, como dizia ninguém menos que Albert Einstein, o tempo é relativo.
Porque até um porteiro de prédio, função que não depende de muito arcabouço teórico para ser exercida, precisa de certo tempo para se adaptar ao local de trabalho, decorar quais botões abrem quais portas, memorizar o nome e os rostos dos moradores, etc.
Mas, se em duas semanas, o porteiro, por mais educado e cordial que seja, dorme no trabalho, entrega cartas para condôminos errados, fecha o portão da garagem no carro de algum morador, bom, ele acaba substituído, não? - ainda que, sempre que indagado, ele demonstre saber a teoria de sua função.
Há erros que não precisam ser avaliados no tempo para serem dimensionados.
Desculpem-me os acadêmicos do profissionalismo, mas Eduardo Baptista teve quatro meses para mostrar a que veio no Palmeiras. E não o fez. EB pegou uma base montada por Cuca, a desconstruiu completamente e jamais conseguiu colocar algo sólido em seu lugar. Houve ainda outros motivos, que listo aqui.
Eu assisti a todos os minuto de todos os jogos do Palmeiras de Eduardo Baptista - muitos deles, mais de uma vez. Poucos destes minutos mostraram um Palmeiras taticamente consistente e convincente.
Um time, mesmo ruim, não pode viver de lampejos. E, com o elenco que teve, Eduardo fez pouco no tempo que teve para mostrar trabalho. O time não estava indo a lugar algum. Qual era a cara do Palmeiras de Baptista? Os bons números do treinador, com 70% de aproveitamento, são mentirosos. Quem assistiu aos jogos, sabe.
Desse modo, a demissão do estudioso e dedicado treinador tem menos a ver com a atual obsessão alviverde por conquistas, que o bom Martin Fernandez, do Globo Esporte, denominou de "bulimia da vitória", citando Marti Perarnau, do que com o desempenho do time.
Eduardo não caiu porque o Palmeiras, segundo decreto de seus torcedores e dirigentes, TEM QUE ganhar a Libertadores, ainda que, sim, esse sentimento paire perigosamente sobre o Allianz Parque.
Baptista foi demitido porque, em quatro meses, não conseguiu nem aprender quais botões apertar.
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