No começo de sua carreira, a tática de Micky Ward, boxeador irlandês-americano, famoso nos anos 1990, era uma só: cansar o oponente. Ward entrava no ringue para apanhar. E o fazia por diversos rounds, dava espaço aos oponentes, que acabavam passando do ponto e, cansados ou extremamente confiantes, eram nocauteados.
A disparidade entre o Palmeiras de cada tempo no confronto com o Peñarol na noite de quarta-feira, 26, pela fase de grupos da Libertadores, poderia até fazer pressupor alguma premeditação assim, uma armadilha montada pelo técnico do Palmeiras. Mas não foi. A não ser que tenha sido sem querer.
O que se viu foi mesmo uma escalação absurda na primeira etapa, com tudo dando errado. E uma correção monumental para o restante do jogo, com um baile, um 3 a 2 de virada, que ficou barato para os uruguaios, evidenciando que futebol bom, na verdade, é um futebol jogado com simplicidade.
Sim, é difícil falar de bola depois de tudo que houve. A briga, a emboscada no campo, a falta de policiais no estádio, a união do elenco, o desabafo de Eduardo Baptista, o show da equipe de seguranças do clube. Foi tudo tão espetacular que quase não dá para falar do jogo. Mas é preciso.
Porque, por 45 minutos, o campeão brasileiro de 2016 retornou com o que tem de melhor, depois de ter mostrado um primeiro tempo de envergonhar até mesmo aquele time que não foi rebaixado por milagre em 2014.
O time da primeira etapa foi uma mistura daquele que sofreu o apagão contra a Ponte, na primeira semi do Paulista, com o Santos do Muricy humilhado pelo Barça no Mundial de 2012. O esquema com três zagueiros atraiu o Penãrol para o campo verde. A segunda linha parecia uma peneira, e 0 a 2 foi pouco.
E no segundo tempo? Feijão com arroz. Um quase 4-3-3, sem invencionices, com dois meias rápidos e leves e um Felipe Melo perfeito na volância. Aliás, como joga futebol, o camisa 30 do Palmeiras...
Algumas certezas ficam para sempre depois deste jogo, e espero que Eduardo Baptista, de cabeça mais fria, consiga assimilá-las.
Willian só pode sair do time se estiver machucado, ao menos por agora. Tchê Tchê precisa jogar flutuando, fazendo a bola rodar. Jean tem de ir à linha de fundo. E Michel Bastos, meu chapa, você pode querer ser meia, ponta-direita, etc. Mas tu é lateral-esquerdo. E é assim que você vai ser útil ao Palmeiras.
O Palmeiras volta forte de Montevidéu, tanto no campo quanto no espírito. Porque não é bonito, nem louvável, mas é simplesmente a verdade: nada une mais um grupo de marmanjos do que trocar socos em grupo.
Simples assim!!! Parabéns meu amigo!!!
ResponderExcluirValeu, Bob!
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