segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Seremos?

Por cinco anos, entre 2010 e 2015, entre outras funções, fui pago para assistir a jogos de futebol, como jornalista esportivo. Por isso, foi apenas no domingo, 23 de outubro de 2016, em Palmeiras 2 X 1 Sport, pelo Campeonato Brasileiro, que venci meu primeiro jogo exclusivamente como torcedor, de novo, no Allianz Parque.

Seis anos e meio se passaram desde Palmeiras 1 X 0 Atlético-GO, gol de Cleiton Xavier, pela Copa do Brasil de 2010. Aliás, curiosamente, além de mim e do CX, Diego Souza, que ontem atuou pelo Sport, estava no Palestra Itália naquela noite. Saiu substituído, xingando torcedores das numeradas descobertas, e nunca mais vestiu a camisa do Palmeiras.

Em 12 jogos assistidos in loco no moderno estádio palestrino, foram 5 vitórias, 3 empates e 4 derrotas. Um aproveitamento de 50% dos pontos.

Estive na estreia do estádio, na derrota para o Sport, em novembro de 2014. Vi também o empate por 1 a 1 com o CAP, que livrou o Palmeiras de mais um rebaixamento (dá-lhe Santos!), dias depois. Nesse 1 a 1, vi o primeiro gol alviverde na casa nova: Henrique "Ceifador", de pênalti.

Falando ainda de jogos marcantes, vi a derrota por 1 a 0 no primeiro Derby no Allianz. Mas estive no primeiro jogo de Gabriel Jesus como profissional, na vitória por 1 a 0 sobre o Bragantino, pelo Paulista de 2015. Vi o Rogério Ceni levar aquele antológico gol do Robinho, pouco tempo depois, naqueles 3 a 0 sobre o SPFC que foram o verdadeiro batismo do estádio.

De um camarote, convidado por ser jornalista - à época já de negócios - vi também o primeiro título do Palmeiras na era Allianz Parque, com os pés e mãos santas de Fernando Prass, na Copa do Brasil 2015, com aquele 2 a 1 contra o Santos.

E, ontem, creio ter visto um jogo-chave na caminhada do Palmeiras em 2016. Não há nada ganho, falta MUITO. Mas é nas vitórias mais suadas que um time ganha "casca" e cara de vencedor.

Por cerca de cinco minutos, no final da vitória por 2 a 1, quando 30 mil pessoas - que poderiam ser 40 mil, não fosse uma punição ridícula - apenas gritavam "Palmeiras", em uníssono e sem parar, eu vi que é mesmo possível esse time acabar sendo o campeão brasileiro desse ano. Não só pela pontuação, mas pela energia que percorria o estádio.

Como um Super-Homem que entrou naquela máquina do Forte da Solidão para perder seus poderes, eu não estou jornalista esportivo no momento. Não entro nos jogos sem pagar. Já não sei tantos detalhes de bastidores, já não fico querendo descobrir que jogador não gosta de quem, não preciso falar com empresário para antecipar contratações e consigo passar o jogo inteiro mirando o gramado, sem revezar o olhar entre a tela do computador e o jogo, propriamente.

Mas ganhei de volta um poder: o de torcer, empurrar, gritar. Chorar sem vergonha ao cantar o hino do clube. Vestir a camisa em dias de jogos, durante os mesmos. E sentir. Sentir na rua, no caminho de casa, na cerveja antes e depois das partidas, a atmosfera alviverde. Reconectar-me ao palmeirismo sem limites, voltar a fazer parte da famiglia, sem ressalvas.

E, rapaz, como isso é bom...

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