Muitos defendem que a torcida é importante e empurra o time, com o que concordo. E se a gente defende que a torcida pode influenciar positivamente, acreditar que não pode fazê-lo de maneira contrária é leviandade.
É evidente que, ao brecar o jogo por sete minutos, aos 43 min do 2º tempo, e dar chance ao técnico Pachequinho, do Coritiba, chamar seus jogadores, a torcida teve responsabilidade nas ações subsequentes na partida de quarta (15) que terminou empatada em 2 a 2.
Não, a torcida do Palmeiras com sinalizadores não ajeitou a bola, em impedimento, aliás, no meio da zaga verde. Não, também não acertou um chute perfeito de fora da área. Afinal, nunca é assim. A torcida nunca joga. Não foi a torcida que bateu o pênalti do Evair em 1993 ou defendeu, no mesmo gol do Morumbi, o pênalti do Marcelinho em 2000.
Mas torcida não influencia?
A do Palmeiras permitiu que o Coxa, que estava visivelmente entregue, se reorganizasse e partisse para uma última carga. O que aconteceu em Curitiba foi como se houvesse um pedido de tempo no futebol americano e no basquete, expediente que o futebol não permite. Se o jogo tivesse parado porque, digamos, o Prass se machucasse e pedisse atendimento, isso também influenciaria o andamento do jogo.
Assim como o intervalo entre os tempos, como alguém me escreveu em um post no Facebook, para ironizar minha opinião.
Quantos jogos não mudam completamente após os 15 minutos do intervalo? Mas, tanto atendimento a um jogador lesionado, quanto a parada do intervalo, são fatores atinentes ao esporte. Um faz parte da regra. O outro, é involuntário.
Quando uma ação deliberada externa interfere com o andamento e o ritmo de uma partida em seus minutos finais, acreditar que não houve influência dela no que se seguiu é, primeiro, desmerecer o peso da ação dos torcedores em um jogo, para o bem e para o mal, e, segundo, não compreender o ritmo de um jogo dentro de campo.
Entender que os sinalizadores, na quarta, prejudicaram o Palmeiras dentro das circunstâncias do jogo, tampouco é abraçar o "futebol moderno" ou ser contra o uso inofensivo dos sinalizadores nas arquibancadas. É apenas analisar o que houve pontualmente.
Mesmo que se queira defender a festa luminosa nas arquibancadas e quetais. Ainda que a regra de paralisar o jogo enquanto houver sinalizadores acesos seja tola.
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