A gente cobra bom-senso dos juízes na hora do pênalti. Porque todo goleiro se adianta. Assim, com o tempo, um passo, especialmente se o pé do goleiro estiver sobre a linha, passou a ser considerado aceitável. Não é legal. Não está na regra, não passou a valer de fato. Mas, um passo, passa. E não é só no Brasil. Na Europa, também. Em todo lugar. Regra de usucapião.
Palmeirenses que me desculpem. Mas o Marcão se adiantou em alguns pênaltis importantes. Um passinho. O pé em cima da linha, na maior parte das vezes. Mas se adiantou. Você, são-paulino, já viu o Rogério se adiantar em outras oportunidades. Muitas vezes, o juiz deixou quieto. Corintianos, o Dida se adiantou naquele segundo pênalti do Raí, em 1999. Bastante. Em outros, também. Santistas, o Rafael está se adiantando em quase todos os pênaltis que vem pegando.
Um passo não pode, mas pode.
A "Regra do Passo" deveria ser oficializada. Porque o "não se mexa" é uma regra impossível de se obedecer. O instinto de quem está de frente para a bola que pode ser chutada em qualquer lugar do enorme gol, com força e curva, é mesmo se antecipar ao chute. Um passo deveria valer. Ou, ao menos, aquilo que o Taffarel, mais um que sempre se adiantou, costumava fazer: o salto para frente.
Mas a regra insiste em ser burra. O goleiro pode se mexer para os lados, sobre a linha, como um goleiro de pebolim. De que adianta?
Por essa razão, os são-paulinos que se queixam da anulação da defesa de Rogério no pênalti de Pato (semifinal do Paulistão de 2013) não podem usar a pênalti defendido pelo Cássio como argumento. Porque o Rogério, talvez sem intenção de ser mais esperto, apenas por instinto, se adiantou demais. Diz o tira-teima que foram 2,51 m. Três passos. O Cássio deu apenas o passo protocolar.
"Ah, mas a regra não fala em pouco ou muito". Verdade.
Amigo, eu te entendo. Você está com raiva. Mas não seja hipócrita. Você sabe que o Rogério passou da conta. E, na hora em que o Cássio defendeu o pênalti do Luis Fabiano, você não se queixou de o goleiro ter se adiantado um passo. Você xingou o Luis Fabiano muito alto, que eu sei.
Dura lex. Mas com bom-senso.
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