quarta-feira, 25 de novembro de 2020

O dia em que meu nome morreu


Maradona foi meu companheiro por 40 anos, dois meses e quatro dias. 


Fui um Diego precoce. Meu pai descobriu antes do mundo inteiro que havia um gênio entre nós jogando futebol. E muito antes das Copa de 1982 e 1986, foi por causa do Mundial de Juniores de 1979 que, em 80, eu ganhei meu nome. 


Por pouco, não fui Diego Armando. Minha mãe, que na verdade queria eu eu me chamasse Diogo, vetou. Assim como na cor da camisa verde que eu viria amar, meu pai também acertou nessa escolha. 


“Sou” Maradona desde as mais antigas lembranças. E ter o prenome de um gênio ajudou em muito a minha autoconstrução.


Lembro-me de ainda muito criancinha, com 4, 5 anos, já ser chamado pelo nome dele. Mas não era só o nome. Sou mestiço de tantas etnias - japonesa, italiana, austríaca, espanhola e piauiense - me deram uma cara latina genérica. Com a qual eu poderia muito bem passar por um irmão dele. 


Ter sido sempre rechonchudo e completamente fanático por futebol não atrapalharam nessa fácil associação entre nós. Maradona se impregnou em mim. E eu sempre orgulhei disso.


Don Diego, Dieguito, Diez, Maradona, Marada.


Tem gente que nem sabe que me chamo Diego. Mas quando ouve alguém me chamar de “Marada”, entende na hora ser uma corruptela do sobrenome dele. E não acha nada estranho me chamar assim.


Quando Maradona começa a costurar a defesa do Brasil, antes de enfiar pra Caniggia driblar Taffarel, na Copa de 1990, um arrepio, exatamente como o que sinto agora, me pegou de surpresa. Eu não consegui ficar triste. 


Na final, me vesti com uma camisa da Alemanha Ocidental para torcer por Lothar Matthaus. Galvão Bueno me convencera de que os argentinos eram inimigos. Mas em minutos, me vi torcendo por Diego. E triste, como ele, ao fim da partida. 


Chorei escondido quando ele foi pego no doping atuando pelo Napoli. Chorei mais ainda quando ele foi sacado da Copa de 1994. Houve quem zombasse do beijo de Maradona nos lábios de Canni, quando ambos encerravam suas carreiras pelo Boca. Eu achei lindo. 


E como torci pelo técnico Diego Armando Maradona em 2010.


Eu ainda nem sabia falar espanhol quando comprei a autobiografia de Diego e o CD de Rodrigo, que eternizou o craque em forma de letra e música, no começo dos anos 2000.  


“Cargó una cruz en los hombros, por ser el mejor, por no venderse jamás al poder, despertó, curiosa debilidad, se Jesús tropezó, por que no habria el de hacerlo?”, cantou o cordobés.


Por que no? 

  

Uma vez em Buenos Aires, me revelei Diego e fiz chorar um garçom, que não devia ter 19 anos, na Recoleta, ao responder: “Pelé o Maradona?”


Que pergunta...


Quando Diego foi internado há doze dias, eu pedi aos meus chefes na ESPN para escrever seu obituário. E o fiz com lágrimas nos olhos, caprichando ao máximo, lapidando cada frase, torcendo para jogá-lo no lixo.


Mas eu sabia que a hora estava chegando. Como dói, Diego. Que vazio. 


Em meio a essa tristeza demolidora, confortou-me ter recebido condolências de verdade de tantos amigos, gente que eu não vejo ou com quem não falava há muito tempo. 


Fiquei em parte feliz de descobrir que Diego era visto em mim como eu sempre fui visto nele. 


Voy seguir con nuestro nombre y defendiendo tu legado, Diego. Aunque una parte de mi, una parte de nosotros, se tenga ido. 


Te quiero, Diego. Y lo voy a querer por todo el siempre. 

 

segunda-feira, 29 de julho de 2019

O Palmeiras não pode ser instrumento de apoio a Bolsonaro ou qualquer outro político

É muito triste ver o Palmeiras se tornar o braço esportivo oficial de um governante, seja ele quem for. Tanto pior por se tratar de um governo com tantos aspectos questionáveis quanto esse, numa realidade tão polarizada como a atual.

Ainda que o presidente Jair Bolsonaro fosse unanimidade nacional, o que apenas governos ditatoriais e totalitários poderiam ousar se declarar, sua presença institucional junto ao clube já seria ostentatória e desnecessária - mesmo sem qualquer juízo ideológico.




Foi aleatória na entrega do troféu do Campeonato Brasileiro de 2018, embora muitos digam ter sido protocolar - e quanto a ele levantar o troféu? 

Mas é ainda mais absurda num jogo qualquer, como contra o Vasco, no sábado, 27 de julho, pelo Campeonato Brasileiro. 

Não há qualquer justificativa, que não bajulação, à presença do presidente da República, uniformizado, no gramado, no intervalo da partida.

A atual diretoria executiva, bem como sua patrocinadora, apossam-se assim de um clube que não lhes pertence para manifestar apoio muito além do pessoal a um governante. Que, repito: seria ruim com qualquer governante ou político.

Quando faz o que fez, o presidente do Palmeiras Mauricio Galiotte oferece a camisa e os símbolos do clube a Bolsonaro sem a anuência de seus torcedores e associados. 

Em nome de quem Galiotte oferece uma camisa que não é sua ao presidente? Em nome de quem o leva ao gramado de jogo? 

Pois se houve apoio a ele no estádio, houve também claro e inequívoco desagravo.

A imagem e a História do Palmeiras, que são essencialmente o seu patrimônio, tornam-se assim associadas a uma figura política. Que, por natureza, representa apenas uma parcela da sociedade, ainda que deva governar para todos.

Muitos falam que o Palmeiras se torna um clube fascista ao se associar a Bolsonaro. Isso implicaria dizer que Bolsonaro é fascista. Honestamente, não sei se cabe dizer isso ao pé da letra. Já se sabe do que o fascismo foi capaz.

E, na verdade, isso importa menos.

Porque já não há mais como se negar que, institucionalmente, sob comando dessa diretoria, o clube, a Sociedade Esportiva Palmeiras, fundada em 1914, é Bolsonarista. E o que isso vai significar um dia, o futuro ainda está por dizer. Mas já não se apaga, ainda que passe.

Para minha profunda desilusão e tristeza.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O jogo do ano (que vem)

Pela manhã desta quarta (22), a Mancha Alviverde divulgou manifesto pedindo a demissão de Cuca. À tarde, o técnico furou fila para conceder entrevista coletiva e reafirmar que fica no Palmeiras "até o fim". À noite, o presidente Mauricio Galiotte garantiu, em entrevista ao "Bola da Vez", da ESPN, que Cuca só deixa o clube antes do fim do contrato (dezembro de 2018) se quiser.

Respeito os três posicionamentos. Mas nenhum deles é verdadeiramente legítimo antes do apito final do Choque-Rei, no domingo.

Tem clássico nessa semana, pessoal. Em um momento crucial. Não vou falar de novo em "jogo do ano", um clichê verdadeiro e, por isso, tão desgastado. Já tivemos alguns "jogos do ano" em 2017. E todos tiveram mesmo esse peso em seus momentos.

O clássico de domingo tem um pouco disso, mas o ano que ele vai decidir não é 2017. Palmeiras x São Paulo é o jogo do ano que vem.

Cuca, acho que seu futuro, bem como o do Palmeiras, se decidem no domingo

Mancha, vamos pensar que o Palmeiras ganha jogando um bom futebol. Não será uma máquina, mas, se for consistente, ao menos, já trará dificuldades ao São Paulo. É dever do Palmeiras afundar o são Paulo. É até sinal de respeito com o co-irmão. Eu sei, não parece ser o caso. Mas também não é impossível, convenhamos, que pinte uma goleada maiúscula. E aí, vocês vão assim mesmo defender a queda do treinador? Não vamos deixar que ele mostre e prove que quer ficar em 2018 para trabalhar bem? Porra, não é o Eduardo Baptista, é o Cuca...

Cuca, seu "até o fim" veio bem a calhar. Porque, sem querer ser existencialista a essa altura do campeonato, o fim não tem hora, pode ser agora. Ou domingo. Ou dezembro de 2018. Então, vamos esperar. Domingo vai nos ajudar a decidir, nós e você. Guarde sua convicção, ou falta dela, para as 19h de domingo.

E, presidente... aliás, antes de falar sobre o Cuca, vou comentar a entrevista de Galiotte aos ótimos Gian Oddi, Eduardo de Meneses e João Canalha.

Galiotte se saiu surpreendentemente bem. Deu uma gaguejada aqui e ali - é impressionante a força de Mustafá Contursi. A mera menção de seu nome desestabiliza o discurso de qualquer dirigente do Palmeiras. Também não sou fã desse "senhores" que Galiotte utiliza com frequência, para falar com o coletivo. Paulo Nobre também o fazia, um pouco mais galhofeiro. Com Mauricio, o vocativo ganha um quê de professor de Educação Física e fica ainda pior. Corte esse vício, Mauricio.

Mas, enfim, presidente: se vier um vexame do domingo, dependendo das circunstâncias, vale dar uma conversada com o técnico. Chamar o Mattos e tal. Calcular perdas e ganhos com saída ou permanência. A verdade é que o time está mal. Em desempenho. Parte técnica. Moral. Isso tem a ver com o treinador também. Não só com ele, claro. Mas na combinação entre ele e os jogadores. Com o clube, em geral. Domingo vai ser um bom termômetro.

Vamos ser todos sinceros, palmeirenses, vocês também não estão sentindo que, se o Palmeiras perder no domingo, Cuca perde o emprego? Talvez não exatamente depois. Mas a pressão vai se expandir tão fortemente que, convicções gerais em contrário à parte, vai ser difícil segurá-lo. Dele para ele mesmo, também. Talvez se dê conta de que não está surtindo efeito.

Mas, se ganha, sobrevive, se fortalece. Ao mesmo tempo em que parte da torcida quer sua saída, outra parte quer sua permanência. E Cuca, quando ganha força, vira outro cara. Coisas boas podem vir de algo assim. Também já vimos esse filme.

Para o bem e para o mal, a meu ver, 2018 já começa no domingo. Mas não antes. Tenhamos só mais um pouquinho de calma. Todos nós.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Caro Egídio

Egídio, sem brincadeira, eu gostaria de te dar um abraço.

Não deve ser nada fácil ter que carregar nos ombros o peso do pênalti perdido e da eliminação nas oitavas da Libertadores. Eu vou te dizer outra coisa, que também vai parecer gozação: obrigado. Eu ouvi dizer que você só bateu porque outros se calaram. Se é mesmo verdade que você se ofereceu, deu mostra de coragem. E eu admiro quem veste a camisa do Palmeiras com coragem.

Mas, preciso ser sincero.

Do mesmo modo que não vou ser canalha e colocar o peso do fracasso em você, não vou ser leviano e fingir que você não tem responsabilidade. Se me permite, acho que não era você que tinha que ter batido. Tantos se calaram, eu sei. É difícil apontar o dedo para quem teve coragem em meio ao silêncio daqueles que não tiveram. Mas não era para você. Não era.

Por que você se ofereceu para bater? 

Egídio ganha abraço de Moisés após errar cobrança que eliminou o Palmeiras da Libertadores
Eu tinha certeza de que você iria errar, velho. Eu, o Allianz Parque, todo palmeirense em frente à TV. Espanta-me muito que você não tenha tido esse feeling – ou os seus colegas. O jogo, para quem está no campo, é outro, né? Eu só joguei (mal) futebol universitário. E, mesmo assim, lembro que a sensação que eu tinha no campo era totalmente diferente daquela que eu sentia na arquibancada.

Eu acompanhei cada passo seu depois do erro. Eu te vi parado, atônito, enquanto o Barcelona-EQU parecia não acreditar estar classificado. Eu te vi caminhar, com calma, na direção do Jailson, que te abraçou. O Moisés também o fez. Você depois seguiu para o círculo central. Senti um aperto no coração de ver aquela camisa 6, com você dentro, caminhando sem ninguém ao lado. Seus colegas foram gesticular com a Mancha Verde, questionando quem te xingava. Mas não era só a Mancha. E os xingamentos seguiram. 

Não estavam te xingando só por causa disso, também, vale frisar. Você erra muito, em muitos jogos. Nesse jogo com o Barcelona de Guiaquil, por exemplo, você entrou em campo com a chuteira errada no primeiro tempo. Escorregou várias vezes...

Você jura que, em nenhum momento, passou pela sua cabeça que você pudesse errar o pênalti? Era o roteiro perfeito. O silêncio que se ouviu quando você pegou a bola foi estrondoso. Eu gritei seu nome, mas eu não acreditava que você fosse acertar. Um cara, com rádio na orelha, gritou, atrás de mim, que você tinha o melhor aproveitamento nos treinos. Por um instante, então, eu acreditei. Um instante.

A corrida. A batida. A defesa.

O vazio.

Eu não sei o que vai ser do seu futuro no clube. Eu, no seu lugar, provavelmente pediria para ser negociado. Mas, parece-me, você não é assim. Há anos, você é xingado, ironizado e detestado por parte dos torcedores. E continua trabalhando, jogando com seriedade, recebendo respaldo do Cuca e dos colegas. Você deve ser um grande companheiro. Todos ficaram ao seu lado na discussão com o Felipe Melo. Mesmo você tendo tomado uma decisão erradíssima no Mineirão, há uma semana, quando o Palmeiras foi eliminado da Copa do Brasil.

É tanta coisa na cabeça, que fica até difícil organizar o que estou pensando. Eu não quero te culpar, mas foi você quem errou o pênalti. Só erra quem bate, diz o ditado. Por isso que repito, não era para você ter batido. Não era. Assim como não era para você ser, de fato, o único lateral-esquerdo “viável” do time. Mas isso, bom, não é culpa sua. O Palmeiras tem diretoria, tem scouts, tem observadores e analistas de desempenho.

Ah, Egídio...


Eu não bato pênalti, mas tenho umas decisões importantes aqui no trabalho. Espero tomá-las com mais precisão que você. Sorte na vida, meu chapa. Um abraço. 

terça-feira, 1 de agosto de 2017

O "Top 10" de Felipe Melo

Se o objetivo fosse apenas fazer barulho e atrair a atenção da mídia, Felipe Melo poderia ser considerado uma das maiores contratação do Palmeiras no século. 

Só Valdivia, Marcos e Felipão trouxeram para a Academia de Futebol mais holofotes que o já ex-camisa 30 alviverde - o problema é que tanto o chileno quanto o volante o fizeram mais por questões polêmicas do que por bons momentos em campo. 

Como eu já disse nesse textoFelipe Melo não conseguiu jogar como Cuca deseja, saindo para desarmar os meias adversários, sem se preocupar tanto com o posicionamento na cabeça da área. E a quantidade de confusões e polêmicas envolvendo o jogador, que tem, sim, qualidades técnicas e táticas, foi muito superior ao que ele proporcionou de benefícios ao clube até hoje.

Abaixo, fiz uma pequena lista dos momentos mais marcantes do jogador em sua rápida passagem pelo clube, de sete meses. E fica fácil entender porque, apesar de sua experiência e boa técnica, Melo não vai deixar saudades no que diz respeito ao seu desempenho em campo. 


10 - Tapa na Cara (17 de Janeiro)



Em sua primeira entrevista coletiva como jogador do Palmeiras, Felipe Melo já deixou claro indício de que viera para ser notado.

"Se tiver que dar porrada, vou dar porrada. Se tiver que jogar no Uruguai e dar tapa na cara de uruguaio, eu vou dar. Lógico que com responsabilidade, porque não quero deixar o time com menos um", declarou o jogador, curiosamente, quando reclamava de ser tachado de violento pela imprensa. 


9 - O Grito (5 de Fevereiro)



Em sua estreia pelo Palmeiras, Felipe também deixou sua marca. Após fazer desarme, com choque, no meia Samuel, do Botafogo-SP, o volante gritou na cara do jogador, que estava caído, levantando a torcida no Allianz Parque.

8 - A Dança (19 de Março) 




Provocado pela torcida do Santos, que imputava a ele, em coro, o fracasso da seleção brasileira na Copa de 2010, Melo foi para o vestiário fazendo uma dancinha. O rebolado foi repetido e ampliado após o Palmeiras  virar o placar para 2 a 1. 

Depois do jogo, o jogador ainda ironizou o pequeno público na Vila Belmiro na partida: 

"Nunca vi caldeirão com 5 mil, 8 mil", disse o jogador. Naquele dia, 8.742 pessoas estiveram no estádio do Alvinegro Praiano. 



7 - O 1º Gol (22 de Março)





Felipe Melo subiu muito para, de cabeça, fazer o seu primeiro gol com a camisa do clube, na vitória por 2 a 0 sobre o Mirassol, pelo Campeonato Paulista. 



6 - O 2º Gol (22 de Abril)




Um mês depois de anotar pela primeira vez, Melo voltou a marcar pelo Palmeiras. Mais uma vez, em jogada de escanteio. 

Michel Bastos bateu, o goleiro Aranha falhou e Melo, meio de barriga, nem saiu do chão para fazer 0 1 a 0 que não bastou para classificar o Palmeiras à semifinal do Paulista - perdera em Campinas por 3 a 0. 



5 - O Moleque (26 de Abril)



Um dia antes da partida contra o Peñarol, pela Libertadores, em Montevidéu, Felipe Melo se desentendeu, no treino, com o atacante Roger Guedes. A imprensa captou Melo gritando com Guedes.

"Porra, assim fica difícil, meu irmão. Tá falando pra caralho, me respeita. Você é moleque, me respeita, porra! É moleque pra caralho!", gritou o camisa 30. 

4 - A Briga (27 de Abril)



Foi, sem dúvida, o ápice do jogador no Palmeiras. Também foi uma das poucas vezes em que ele não deu nenhuma declaração controversa. Sim, ele dissera o que dissera, em janeiro. Mas, depois, disse que se expressara mal e chegou a pedir desculpas. Derrotados, de virada, por 3 a 2, os jogadores uruguaios partiram para cima dele, mesmo assim. 

Com portões trancados, sem ter para onde fugir, Felipe mostrou ser bom de briga e trocou socos, com responsabilidade, com todos que vieram para cima dele. 

Melo pegou um incompreensível gancho de seis jogos, a despeito de ter sido ele a vítima na situação. 

O Palmeiras batalhou e reduziu a pena para apenas três, já cumpridos. Ironicamente, Melo está à disposição para ser escalado a partir do jogo contra o Barcelona-EQU, no dia 9, quarta-feira da próxima semana, pelas oitavas do torneio. 

3 - O Rachão (22 de Maio) 


Descontente com a contagem do placar de um treino recreativo, Felipe Melo discutiu asperamente com o preparador físico Omar Feitosa, que apitava o rachão.

Os brigões foram contidos pelo técnico Cuca, que ficou indignado com ambos, por terem se desentendido sob olhos da imprensa, que acompanhava, no momento, entrevista coletiva do volante Thiago Santos - na Academia de Futebol, a sala de imprensa da visão para o campo de jogo. Ambos foram multados pela diretoria.

2 - O Surto (26 de Julho)





Durante a transmissão de Cruzeiro X Palmeiras, o repórter André Hernan, da Globo/Sportv, mencionou que Felipe Melo estava atuando quase como auxiliar de Cuca, gritando e gesticulando sem parar com seus colegas, depois de ter sido substituído, enquanto o Palmeiras vencia por 1 a 0 e se classificava às semifinais da Copa do Brasil.

Após o jogo, com o empate em 1 a 1 e a desclassificação sacramentados, Melo deu entrevista criticando a arbitragem. Mais tarde, no vestiário, discutiu com companheiros e questionou, em alto e bom som, o comando de Cuca. O resultado foi seu afastamento do grupo. As desculpas não bastaram.

1 - O Áudio





Nem é preciso falar nada. Basta ouvir. Mas, três pontos valem destaque.

Primeiro, o fato de o jogador dizer que estava alcoolizado e por isso falou mais do que deveria. Desculpem a descrença, mas você não avalia a pessoa na hora em que está bêbado. Sim, o álcool destrava a língua, mas não foi naquela hora que Felipe julgou que Cuca era mau caráter e covarde.

Depois, como Felipe não sabe para quem mandou o áudio? Meu amigo, basta ver o histórico do Whatsapp. Estão lá todas as mensagens trocadas. O que nos leva ao terceiro ponto.

Muita gente nas redes sociais está levantando a hipótese de Melo ter arquitetado o vazamento - mais ou ou menos o que foi aventado quando Valdivia disse que havia sofrido sequestro-relâmpago em 2012, que era verdade. Isso mostra que Melo, e não Cuca, é quem tinha seu caráter questionado por parte da torcida.